Descrição do Recrutamento/ Principais Responsabilidades

Foco técnico

Compreender a magnitude e a intensidade do impacto dos principais choques e riscos na produção agrícola, nos preços dos alimentos, nos fluxos de mercado e nas actividades comerciais é crucial para uma melhor orientação das políticas, dos programas e dos projectos.
A este respeito, a FAO criou um sistema de monitoria para avaliar ao longo do tempo os múltiplos impactos da crise da COVID-19 e de outros riscos na produção agrícola, nos meios de subsistência rurais, nos preços dos alimentos, nos fluxos de mercado e nas actividades comerciais, num contexto em que as estratégias de desenvolvimento e os orçamentos estão a ser realinhados. Tal permitirá identificar e acompanhar os factores de risco, avaliar as necessidades e informar as acções de antecipação e resposta, evitando o agravamento dos desafios crónicos enfrentados pelo sector agrícola e o seu impacto na segurança alimentar e nos meios de subsistência rurais.
O sistema de informação e análise de dados basear-se-á principalmente na recolha de dados à distância (telemóvel e em linha), recolhidos pelo próprio gabinete da FAO ou através de prestadores de serviços internacionais. Poderão também ser efectuadas avaliações no terreno
utilizando ferramentas de recolha de dados como o Kobo ou o ODK. O consultor é responsável pela coordenação e realização das actividades de avaliação das necessidades no país. É responsável pela implementação atempada das actividades relacionadas com o sistema de monitoria, de acordo com os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)

Tarefas e responsabilidades

Sob a supervisão geral do Representante da FAO em Moçambique, e a supervisão directa do Representante Adjunto da FAO para o programa, o consultor deverá
– Manter contactos regulares com a equipa de gestão do país e com os assessores de avaliação regional sobre o progresso do exercício de monitoria e o alinhamento com os requisitos estratégicos, técnicos e operacionais
– Coordenar com as partes interessadas nacionais (governo, agências das Nações Unidas, ONG, grupo de segurança alimentar) envolvidas em avaliações ou vigilância da segurança alimentar e dos meios de subsistência e promover iniciativas multi-actores
– Contribuir para aconselhar e reforçar a capacidade do Ministério da Agricultura e dos sistemas de vigilância locais
– Acompanhar a publicação de estudos e dados produzidos por outras partes interessadas no país
– Recolher e analisar dados de base e secundários para permitir comparações e triangulação. Os dados secundários podem referir-se aos preços dos alimentos, aos preços dos factores de produção agrícola, ao comércio internacional, à produção de alimentos e às alterações das existências, aos resultados da segurança alimentar, às medidas de confinamento, às medidas de protecção social, à monitorização sazonal por teledetecção, aos sistemas agrícolas, etc.
– Definir os objectivos do inquérito e as áreas de interesse com base nas lacunas de informação e nas necessidades programáticas
– Ajudar na escolha das modalidades de recolha de dados (entrevistas telefónicas assistidas por computador, inquéritos na Web ou presenciais) e das interfaces (prestador de serviços internacional, parceiro local, centro de atendimento interno, etc.)
– Procurar bases de amostragem existentes e consolidar listas de inquiridos com números de telefone
– Ajudar na adaptação de questionários genéricos e de instrumentos de acompanhamento a circunstâncias e objectivos específicos do contexto
– Contribuir para a programação de ferramentas (assumir a liderança no caso da interface Kobo / ODK)
– Desenvolver materiais de formação e participar em sessões de formação de enumeradores
– Comunicar com as autoridades competentes sobre a aplicação dos inquéritos
– Efectuar entrevistas adicionais semi-estruturadas com informantes-chave, a fim de investigar questões específicas, se necessário
– Contribuir para a análise e interpretação dos dados recolhidos e para a formulação de intervenções e recomendações adequadas com base nos resultados da avaliação
– Discutir e validar os resultados com a equipa de avaliação global, os escritórios e centros regionais, o GIEWS e quaisquer outras unidades relevantes da FAO
– Ajudar a redigir e rever relatórios de monitorização e produtos visuais (por exemplo, painéis de controlo), utilizando modelos padrão
– Comunicar as conclusões e os relatórios da avaliação a outros actores, incluindo as partes interessadas nacionais envolvidas no desenvolvimento de planos de resposta no país, por exemplo, através dos Clusters de Segurança Alimentar
– Contribuir para a resposta do programa e para a concepção do programa, conforme solicitado
– Participar nas análises do IPC ou do Quadro Harmonizado
– Contribuir para exercícios de planeamento prospectivo e de criação de cenários, conforme solicitado
– Coordenar a realização dos resultados da avaliação dos projectos TCP-Emergência
– Contribuir para os processos de aprendizagem corporativa da FAO e para a documentação sobre as avaliações de impacto da COVID-19
– Apoiar a recolha de dados e as actividades de avaliação das necessidades para outras crises ou catástrofes graves que ocorram nos países apoiados

OS CANDIDATOS SERÃO AVALIADOS EM FUNÇÃO DOS SEGUINTES CRITÉRIOS

Requisitos mínimos

– Licenciatura avançada em Agronomia, Estatística Rural, Economia Agrícola e ciências sociais ou naturais relevantes, ou outra disciplina relacionada relevante para o mandato da organização
– Mínimo de 5 anos de experiência profissional relevante em análise estatística aplicada à agricultura e a estudos económicos/ambientais
– Mínimo de 5 anos de conhecimentos e experiência comprovados em avaliações, sistemas de vigilância, ou monitoria e avaliação no contexto de emergências e crises alimentares
– Nacionalidade Moçambicana.
– Conhecimentos práticos de estatística avançada com capacidade de utilização de pacotes de software estatístico (i.e. R, SPSS e/ou STATA)
– Conhecimentos práticos de português e inglês

Competências essenciais da FAO

– Foco nos resultados
– Trabalho em equipa
– Comunicação
– Construção de relações efectivas
– Partilha de conhecimentos e melhoria contínua

Competências técnicas/funcionais

– Capacidade de gerir um elevado volume de trabalho e de se adaptar a um contexto humanitário complexo e em evolução, no seio de equipas multidisciplinares e com diferentes antecedentes culturais
– Fortes capacidades analíticas e conhecimentos sobre agricultura, segurança alimentar, meios de subsistência, sistemas alimentares e cadeias de valor no contexto de Moçambique
– Experiência ou familiaridade com metodologias de avaliação da segurança alimentar e dos meios de subsistência, incluindo sistemas de vigilância ou monitorização, avaliações das necessidades pós-catástrofe, avaliações de danos e perdas, avaliação da produção agrícola, análise de mercado e/ou análise da cadeia de valor
– Experiência na concepção de inquéritos, amostragem, recolha de dados, análise de dados e interpretação de processos de avaliação no domínio da agricultura e da segurança alimentar
– Experiência em recolha de dados à distância, incluindo inquéritos por telefone ou via Internet e/ou teledetecção
– Conhecimentos práticos de estatística avançada, com capacidade para utilizar pacotes de software estatístico (nomeadamente SPSS, STATA e/ou R)
– Experiência na utilização e programação de questionários em ferramentas de recolha de dados digitais (Kobo toolbox, ODK)
– Competências comprovadas em matéria de visualização de dados e elaboração de relatórios
– Excelentes capacidades de comunicação, tanto verbais como escritas
– Competências de coordenação com forte capacidade de planeamento individual
– Conhecimento dos princípios humanitários
– Proficiência em MS Office (Word, Excel, Access, Outlook)
– Capacidade de actuar num ambiente multicultural e multidisciplinar
– Bons conhecimentos de metodologias de avaliação, incluindo técnicas de amostragem, recolha e análise de dados

Critérios de selecção

– Vasta e relevante experiência em avaliações, sistemas de vigilância ou monitoria e avaliação no contexto de situações de emergência e crises alimentares.
– Vasta e relevante experiência na realização de análises quantitativas, estudos analíticos e investigação metodológica em agricultura e estatísticas económicas/ambientais.
– Vasta e relevante experiência na formulação de projectos de assistência técnica, prestação de apoio técnico e preparação/execução de programas de formação no domínio da agricultura e das estatísticas económicas/ambientais.
– O conhecimento prático de português e inglês será considerado uma vantagem adicional.